Governo prevê déficit de etanol se consumo não cair 9%

O governo trabalha com uma perspectiva de “saldo zero” de etanol hidratado nas usinas no início da entressafra, em 1º de maio de 2012, ou mesmo de falta do combustível caso o consumo mensal não recue, em média, 9%. O cenário de escassez ocorre pela queda de quase 17% na produção de etanol total entre o previsto e o realizado nesta safra – de 27 bilhões para 22,5 bilhões de litros – fruto do recuo de 13% na produção estimada de cana-de-açúcar no País, para 553 milhões de toneladas.

Dados expostos na reunião desta semana do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) obtidos pela Agência Estado mostram que a oferta de hidratado entre novembro de 2011 e abril do próximo ano será de 5,388 bilhões de litros, ou 898 milhões de litros por mês. Como o consumo em outubro foi de 986 milhões de litros e não haverá produção até maio, a demanda terá de recuar, em média, 88 milhões de litros por mês.

Para isso ocorrer há duas possibilidades. A primeira é o reajuste dos já altos preços do combustível nas bombas, que traria a queda no consumo de hidratado e o aumento da migração para a gasolina. A segunda seria a transformação do etanol anidro, misturado em 20% ao combustível de petróleo, em hidratado, por parte das usinas, com a adição de água.

Nos dados expostos esta semana, além do saldo zero de hidratado, o CNPE projeta um saldo de 765,9 milhões de litros de etanol anidro no início da próxima safra, em maio. Mas isso só ocorrerá se a mistura de 20% – que já foi 25% até 1º de outubro – do anidro à gasolina seja mantida e que o consumo de hidratado recue. Mas se a queda na demanda do hidratado trouxer uma forte migração para a gasolina, necessariamente haverá um aumento no consumo do anidro. “Na prática, o governo e o setor ainda não sabem o que fazer com essa equação”, disse uma fonte do CNPE.

Nesta mesma semana, o presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, reafirmou, durante jantar da entidade em Brasília, a constante insatisfação do setor diante das manobras do governo para manter estável o preço da gasolina. Jank critica o “congelamento artificial” em momentos de alta no preço do petróleo e ainda redução de tributos para estabilizar o preço da gasolina. Ele defende que um reajuste no combustível traria um maior incentivo ao uso de etanol e também ao aumento da produção por parte dos usineiros.

Já no governo, a visão é outra. Ministros avaliam que o aumento da gasolina, além de gerar inflação, traria mais dinheiro para o bolso dos usineiros, já que o etanol também subiria de preço até a paridade de 70% do preço da gasolina. Uma saída para o impasse é o pacote de medidas à retomada da produção previsto para ser anunciado ainda este ano, bem como novas regras para a contratação e a formação de estoques do etanol para evitar o desabastecimento na entressafra.

Gustavo Porton
Fonte: O Estado de São Paulo – Brazil

Etanol e açúcar voltam a subir em todos os mercados

Os preços do etanol e do açúcar voltaram a subir em todos os mercados. Nas cotações da última quinta-feira (8), os preços do açúcar cristal negociados pelas usinas paulistas, segundo dados do Cepea/Esalq, valorizaram 0,71% perante a véspera, sendo negociados a R$ 64,11 a saca de 50 quilos.

Nos mercados internacionais o açúcar também recuperou as fortes perdas da última quarta-feira. Em Londres, a tonelada da commodity foi negociada para contratos com vencimento em março de 2012, a US$ 623,40, alta de 3,17% perante a véspera. Já em Nova York, no mesmo vencimento, os contratos foram negociados com valorização de 4,47% perante os números de quarta, valendo 24,13 centavos de dólar por libra peso.
Etanol

Os preços do etanol hidratado negociados pelas usinas paulistas, ainda segundo o Cepea/esalq, também reverteram uma sequência de perdas, sendo negociados a R$ 1.325,00 o metro cúbico.

Rogério Mian
Fonte: Agência UDOP de Notícias

Governo deve anunciar medidas relacionadas ao etanol antes do Natal

  O presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, disse hoje que o governo deve publicar, antes do Natal, as medidas sobre o financiamento a estocagem e pré-contratação de etanol anidro pelas distribuidoras. Jank participou ontem em Brasília da reunião da câmara de acompanhamento permanente da safra e dos mercados de etanol e gasolina, que reúne representantes do governo, produtores e distribuidoras.

Jank afirmou que o setor cumpriu o compromisso assumido com o governo de importação de etanol anidro para garantir a mistura do produto à gasolina e que agora aguarda a implantação das medidas complementares por parte do governo.

Ele explicou que o financiamento para estocagem de anidro é importante pois os estoques se devem ao fato de o governo ter reduzido unilateralmente a mistura à gasolina. Ele diz que existe o risco de o anidro ser convertido em hidratado, caso os preços do combustível subam.

Em relação à pré-contratação do anidro, Jank disse que o setor está aguardando há muito tempo a medida provisória que deve ser baixada pela Agência Nacional do Petróleo. Pelo mecanismo proposto pela Unica, na compra da gasolina do tipo A as distribuidoras devem comprovar a aquisição do volume de anidro correspondente ao que será utilizado na mistura.

A principal preocupação do setor, segundo Jank, é o fato de os recursos para renovação dos canaviais não estarem chegando aos produtores. A renovação é fundamental para reverter a queda na produtividade dos canaviais, que na safra 2011/2012 foi a menor dos últimos 23 anos. Jank defende mudanças na linha de financiamento, com a possibilidade de a cana-de-açúcar servir como garantia nos empréstimos e também haver uma integração com as usinas nos contratos de crédito.

Jank acredita que a nomeação do engenheiro agrônomo Gerardo Fontelles para a direção do Departamento de Agroenergia do Ministério da Agricultura irá contribuir para que sejam adotadas as mudanças necessárias na linha de crédito para renovação dos canaviais. Ele lembra que a medida precisa ser aprovada logo, pois o plantio começa em janeiro. “As demais medidas (estocagem e pré-contratação do anidro) estão relacionadas ao abastecimento durante a entressafra, mas o que nos precisamos é produzir mais”, diz Jank.

Fonte: O Estado de São Paulo – Brazil

Brasil é o 5º maior em energias renováveis

O Brasil é o quinto maior investidor em energias renováveis do mundo, somando em 2010 cerca de US$ 7 bilhões. Os dados foram publicados pela ONU ontem e mostram que, pela primeira vez na história, investimentos mundiais em inovação tecnológica em energias alternativas superaram os investimentos em tecnologia para a energia fóssil. O levantamento mostra ainda que parte substancial da expansão dessas fontes de energia está ocorrendo justamente em mercados emergentes.

No total, os investimentos em energias limpas chegaram a US$ 211 bilhões, um salto importante em relação aos últimos anos. Em 2004, por exemplo, o mundo investia apenas US$ 33 bilhões. Em média, a expansão tem sido de quase 40%, enquanto a crise mundial tem freado investimentos em todas as demais áreas.

Segundo a ONU, o investimento em fontes alternativas de energia será a única solução para responder ao desafio de abastecer uma população cada vez maior, com demandas cada vez maiores por energia e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de CO2. “Hoje, 1,4 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade e os cálculos mostram que o mundo terá de dobrar a produção de energia até 2030”, alertou Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento. “Ao mesmo tempo, 89% da energia consumida no mundo ainda vem de fontes fósseis, com altas emissões de CO2.”

Por anos, investimentos em energias renováveis foram feitos especialmente por países ricos. Em 2003, por exemplo, de cada quatro dólares aplicados em energia limpa, apenas um vinha de um país em desenvolvimento. Hoje, o mapa mudou.

Na liderança dos investimentos não estão os países ricos. Em 2010, foi a China o país que mais apostou em energias renováveis, justamente para tentar superar sua dependência de petróleo, reduzir a taxa de emissão de CO2 e garantir o abastecimento para seu crescimento nas próximas duas décadas. No ano passado, os chineses somaram investimentos de US$ 49 bilhões.

A taxa superou o volume de investimentos da Alemanha, com US$ 41,1 bilhões. Berlim havia sido o líder nessa área por anos. “Agora, o que estamos vendo é a migração de empresas alemãs de tecnologia para a China, onde o governo investe pesado na nova geração de fontes de energia”, disse Panitchpakdi ao Estado. Os EUA aparecem na terceira posição, seguido pelos italianos.

A quinta posição é do Brasil, que somou altos investimentos por causa da aposta em biocombustíveis. Mas a ONU destaca que os US$ 7 bilhões não foram atingidos apenas em um setor. Segundo o levantamento, o País tem feito “importantes investimentos” em parques eólicos e energia solar. No total, o mundo viu investimentos em etanol no valor de US$ 6 bilhões em 2010, incluindo projetos nos EUA, Brasil, Índia e vários outros países.

Liderança. Hoje, o Brasil investe duas vezes mais em energias renováveis do que todos os 53 países africanos juntos. Entre 2005 e 2010, a capacidade instalada de geração de energia renovável no Brasil aumentou em 42%, uma das mais altas do mundo. Hoje, a energia eólica no País produz 950 MW. Apesar de o número ser apenas uma fração dos 86 mil MW gerados na Europa, o estudo mostra que a aposta do Brasil tem sido acertada.

Desde 2007, a energia eólica foi a que mais recebeu a atenção de investidores. Só em 2010, US$ 95 bilhões no mundo foram para essa fonte de energia. A segunda maior aposta é a energia solar, com US$ 26 bilhões. “O sol gera para o mundo volume de energia dez vezes superior a cada dia ao consumo do planeta”, disse ao Estado o Prêmio Nobel de Física, Carlo Rubbia. “Não há como ignorar essa fonte de energia no futuro.”

Jamil Chade
Fonte: O Estado de São Paulo

Produção de biomassa a partir da cana pode duplicar em 10 anos


30/11/11 – A biomassa pode ser um dos grandes trunfos brasileiros no que diz respeito à geração de energia limpa. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nos próximos dez anos a produção de energia a partir do bagaço da cana deve dobrar no Brasil.

O potencial nacional em produção de biomassa é muito grande. Aqui existem 440 usinas sucroalcooleiras e apenas 90 delas comercializam a energia produzida pelo bagaço da cana. Para que essas usinas, que hoje produzem apenas a energia necessária para a autossuficiência, passem a comercializar energia limpa é necessário contar com incentivos governamentais, conforme explicado pelo diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Luiz Gonzaga Bertelli.

A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) já está atenta a este mercado e anunciou crescimento para os próximos dois anos. Segundo a empresa, o bagaço da cana será a matéria-prima usada para a produção de 400 MW de energia, em um parque que produzirá 1.505 MW de energia renovável.

Atualmente o Brasil produz 4.496 MW com os resíduos da indústria sucroalcooleira, mas a EPE garante que esse potencial deve chegar a 9.163 MW até o fim desta década. A União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Única) é ainda mais confiante e acredita que a produção possa chegar a 13.150 MW, montante superior ao que é produzido na Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Outro fator importante no uso do bagaço da cana-de-açúcar é que a safra ocorre no período de seca, quando as usinas hidrelétricas estão operando em baixa capacidade. Entre as vantagens também está a possibilidade de comercializar créditos no mercado de carbono e os valores necessários para o investimento serem reduzidos, em comparação a outros tipos de energia limpa.

Fonte: Portal Exame

Braskem vence desafio do polietileno verde

O polietileno desenvolvido pela Braskem a partir do etanol de cana-de-açúcar deixa de ser um projeto piloto e ganha escala industrial. Cerca de US$ 250 milhões foram investidos em 2010 para produzir 200 mil toneladas por ano. Em 2006, quando a empresa assumiu o desafio de produzir o plástico verde, como ficou conhecido, foram investidos US$ 5 milhões em pesquisa e implantação da unidade-piloto com capacidade de produção de 12 mil toneladas por ano. O projeto rendeu à Braskem o Prêmio Eco em Práticas de Sustentabilidade na categoria Sustentabilidade em Produtos ou Serviços, empresas de grande porte.

“É um investimento significativo para a empresa”, diz Marcelo Nunes, diretor de negócios de químicos verdes da Braskem. “Estes três anos serviram para testar e melhorar processos, produtividade e qualidade”.

O polietileno verde é uma resina termoplástica com propriedades idênticas ao polietileno convencional, uma das resinas mais usadas em embalagens flexíveis e outros produtos plásticos no mundo. O material pode ser usado em máquinas industriais de transformação sem nenhuma necessidade de transformação. Como toda resina, o plástico verde é reciclável, mas não é biodegradável. Se biodegradasse, devolveria à atmosfera todo o CO2, principal gás causador do efeito estufa (GEE), que absorveu no seu ciclo de vida e perderia a ecoeficiência.

“O material é voltado para empresas que estão bem avançadas na área da sustentabilidade. Os primeiros mercados foram os países da Europa, Japão e Estados Unidos”, diz Nunes. “Mas ainda estamos na fase de pré-marketing, analisando e conhecendo melhor o cenário do mercado. Depois é crescer e se consolidar”.

Empresas como Danone, Toyota Tsusho Shiseido e Embalixo são alguns dos maiores clientes do plástico verde. Recentemente, a Braskem fechou um contrato de fornecimento de tecnologia para fabricar os assentos do estádio multifuncional Amsterdam Arena, na Holanda.

Sem revelar o volume de vendas, Nunes acredita que o mercado nacional também pode ser promissor. Segundo ele, o país está um passo atrás da Europa, mas muitas multinacionais instaladas no Brasil, que consomem o plástico verde no exterior, deverão adotar o produto no mercado interno também.

A empresa também já anunciou a produção do polipropileno verde, o segundo plástico mais usado no mundo, até 2013 deverá produzir 50 mil toneladas de polipropileno verde. Serão investidos US$ 100 milhões. A Braskem produz 16 milhões de toneladas de diferentes resinas em suas plantas nacionais e internacionais.

 

Fonte: Valor Econômico

Moagem de cana na região Centro-Sul recua 8%

 

28/11/11 – Em relatório divulgado hoje (28), a Única – União da Indústria de Cana-de-açúcar apontou que a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do País desde o início da safra 2011/2012 até 15 de novembro somou 479,35 milhões de toneladas, queda de 8,80% se comparado ao volume processado no mesmo período da safra anterior, que atingiu 525,62 milhões de toneladas.

Até o final da primeira quinzena de novembro, 151 unidades ainda estavam em operação na Região Centro-Sul, contudo, a grande maioria destas empresas prevê o encerramento da safra ao longo da segunda metade do mês, aponta o relatório da Única. Para o diretor técnico da entidade, Antonio de Pádua Rodrigues, “o volume de cana processado até o momento já supera as estimativas de safra mais pessimistas”. A entidade destaca ainda que até o final de novembro cerca de 35 unidades ainda estejam operando.

Qualidade da matéria-prima

A quantidade de ATR – Açúcares Totais Recuperáveis por tonelada de matéria-prima alcançou 139,99 kg na primeira metade de novembro, cifra 4,86% superior à observada no mesmo período da safra passada. No acumulado desde o início da safra, a concentração de açúcares na planta atingiu 137,83 kg de ATR por tonelada de cana, retração de 2,44% em relação ao valor observado na mesma data da safra 2010/2011.

Produção

Do volume total de matéria-prima processada de abril até 15 de novembro, 51,57% destinou-se à produção de etanol. A produção acumulada de açúcar atingiu 30,49 milhões de toneladas até 15 de novembro, queda de 4,73% em relação ao volume observado no mesmo período de 2010. A produção de etanol, por sua vez, somou 19,99 bilhões de litros, sendo 7,78 bilhões de etanol anidro e 12,20 bilhões de etanol hidratado.

Rafaela Giomo
Fonte: Agência UDOP de Notícias

ANP investiga vazamento de óleo em outro ponto, mais difícil de ser contido

A hipótese de o vazamento do poço da Chevron no Campo de Frade ter sido provocado pela ruptura parcial do reservatório de petróleo vem sendo analisada de maneira sigilosa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ainda não há comprovação de que esse rompimento tenha ocorrido. Se for confirmado, porém, o vazamento poderá ter “proporções gigantescas”, avalia a cúpula da agência.

A reserva quanto à divulgação da possibilidade se baseia na constatação de que, se o reservatório natural rompeu, não haverá meios de conter o vazamento com rapidez. A tentativa de contenção exigiria complexos trabalhos de engenharia, com equipamentos sofisticados operando a grandes profundidades. Neste caso, o óleo tenderia a vazar na bacia petrolífera de Campos, onde fica o Campo de Frade, por tempo indeterminado, ainda que em pequenas quantidades.

O que se conhece até agora, divulgado pela companhia norte-americana Chevron, responsável pela exploração de Frade, é que o óleo vaza por brecha na parede do poço. Segundo a companhia, a parede se rompeu por causa da pressão exercida pela lama injetada no poço, procedimento habitual na exploração de petróleo. O petróleo alcançou a superfície após, a partir do buraco, percorrer o subsolo marinho até encontrar fraturas geológicas que propiciaram o contato com o oceano.

A questão que mais tem afligido os técnicos e diretores da agência é a suspeita de que a lama injetada no poço também pode ter causado rompimentos na estrutura do reservatório de petróleo, cujas paredes têm tamanhos, formatos e espessuras diferentes. Há trechos porosos, de material menos consistente, mais suscetíveis a rupturas nos abalos de terreno.

Dentro do reservatório – uma espécie de grande cisterna formada no decorrer de milhões de anos – fica o petróleo, extraído por poços artificiais perfurados pelas empresas exploradoras (mais informações no infográfico ao lado).

Professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UNB), o geólogo Carlos Jorge Abreu considera viável a hipótese de ruptura de alguma estrutura do reservatório. Em tese, disse que pressões mal calculadas podem “fraturar o terreno, botando em conexão o reservatório de petróleo e o fundo do mar”.

“Quando se põe uma pressão mais alta que a adequada pode haver rompimento do reservatório. Estão falando muito de cimentação do poço. Mas, se o poço foi cimentado e o óleo continua vazando, só pode ser por uma fratura do reservatório. Por vezes se aplica uma pressão maior do que a estrutura suporta. A pressão alta pode matar um poço”, afirmou o professor.

Para o oceanógrafo David Zee, perito chamado pela Polícia Federal para atuar no inquérito, a hipótese de rompimento no reservatório é pouco provável, embora, em tese, possa acontecer na aplicação de pressões calculadas de maneira equivocada. “É possível acontecer algo do tipo, mas é muito difícil”, observou o especialista.

Fonte: Estadão

22/11/2011

Preço alto de usinas à venda torna viável construção de greenfields

23/11/11 – A alta do preço de venda de usinas de açúcar e etanol prontas está tornando viável novamente a construção de unidades a partir do zero. A afirmação é do diretor de etanol da Petrobras Biocombustível, Ricardo Castello Branco. Segundo ele, isso está fazendo com que a estratégia de construção de usinas seja analisada mais de perto pela Petrobras. “Hoje, ao custo médio de US$ 150 por tonelada de cana pedido por usinas prontas, já é viável a construção de greenfields”, disse ele. O principal obstáculo em relação à edificação de novas unidades é que o projeto demora cerca de três anos para começar a dar retorno enquanto uma unidade pronta tem retorno quase imediato.

Branco informa que a Petrobras Biocombustível ainda não investiu na construção de novas unidades. Ele cita o caso da Usina Boa Vista, da Nova Fronteira, joint venture entre Petrobras e São Martinho, onde foram aplicados recursos para elevar a produção de 2,3 milhões de toneladas de cana para 8 milhões de toneladas. “Não foi um greenfield, mas foi quase”, disse. O executivo disse que, se os preços de greenfield e brownfields (usinas prontas) continuarem semelhantes, investimentos em usinas novas não estão descartados.

Ontem, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, afirmou que os preços elevados das usinas prontas estavam dificultando novas aquisições por parte da empresa. Segundo ele, um preço que torna uma aquisição viável gira em torno de US$ 100 por tonelada, enquanto os preços pedidos estão, em média, em cerca de US$ 150 por tonelada.

O diretor comercial de açúcar e etanol do Itaú BBA, Alexandre Figliolino, disse que os preços pedidos por usinas estão elevados em função da forte demanda existente neste momento por ativos de açúcar e álcool. Segundo ele, a entrada de novos participantes nesse mercado, como petroleiras e tradings, elevou a cotação de usinas em alguns negócios. “Estes novos participantes acabaram pagando um preço alto para entrar no setor e este valor foi para o mercado, embora a precificação de uma usina dependa de vários fatores”, disse.

Fonte: Agência Estado

Raízen espera gerar 1,3 mil MW com uso de palha de cana

A Raízen está se preparando para iniciar a cogeração de energia elétrica a partir da palha de cana-de-açúcar. A informação é do presidente do Conselho de Administração da Raízen, Rubens Ometto, que chegou na tarde de hoje ao Hotel Sheraton, em São Paulo, onde acontece o Cosan Day. A Raízen já é a maior produtora de bioeletricidade a partir de bagaço de cana, com a oferta de 900 megawatts. A expectativa é de que com o uso de palha esse volume passe para no mínimo 1,3 mil MW na safra 2015/16.

Ometto disse que a Raízen tem a expansão em seu DNA e continuará buscando crescer por meio de aquisições e construção de ativos que tragam sinergia para os atuais negócios da companhia. O executivo afirmou que a Raízen, associação entre Cosan e Shell, está indo muito bem e crescendo numa rapidez maior que a esperada. “A Raízen já é a segunda empresa da área de distribuição de combustíveis do País”, disse.

Ele lembrou que existe grande empenho por parte da companhia para otimizar sua gestão e concretizar todas as ações que foram descritas no edital de abertura de capital da Cosan. “O papel aceita tudo e muitas empresas abriram capital apenas para conseguir recursos baratos. A Cosan está se esforçando para cumprir o prometido e crescer”.

Fonte: Agência Estado

21.11.11